domingo, 29 de julho de 2007




Sou do mundo,


sou Minas Gerais...


Minha mente situa-se


nas fronteiras do real e do sonho.


Meu espírito, entre as brumas e o luar.


Sou dos mistérios do mar,


dos conselhos do vento e dos feitiços Wicca.


Guardo os amigos como perfumes das flores.


Guardo as esperanças,


como raios de sol.


Tenho um céu estrelado


e um luar que é só meu, e ,


ao mesmo tempo,


é também de quem souber olhar.


Sou borboleta,


metamorfoseada várias vezes.


Sou do amor, da família,


sou toda coração...


Eu planto sonhos,


colho vida.

Hoje eu queria ser aquela menina que desenhava nas calçadas com cascalhos coloridos de minério de ferro. Queria ter ainda o velho papagaio, colado com grude, serpenteando no céu azul de inverno. Comer goiaba verde molhada de chuva, subir no pé de caqui e passar a tarde espiando borboletas.Quem sabe assim não veria o tempo passar me arremessando em seus vórtices e enchendo meus olhos da poeira da vida.Eu queria ter de volta os sorrisos que perdi, as lágrimas que desperdicei. E só por isto, eu sei que valeu a pena (sobre)viver.Hoje sei que os desencontros e as bifurcações da estrada da vida são empecilhos necessários para bordar nossos caminhos com esmero. Pois são os fios de esperança que abraçam o entrelaçado da alma, urdindo sonhos que se materializam.


© Claudinha

quarta-feira, 25 de julho de 2007


"o poder externo não é mais que uma bruma passageira''

domingo, 22 de julho de 2007

























Estrela perigosa


Rosto ao vento


Marulho e silêncio


leve porcelana


templo submerso


trigo e vinho


tristeza de coisa vivida


árvores já florescer


amo sal trazido pelo vento


conhecimento por encantação


esqueleto de idéias


ora pro nobis


Decompor a luz


mistério de estrelas


paixão pela exatidão


caça aos vagalumes.


Vagalume é como orvalho


Diálogos que disfarçam


conflitos por explodir


Ela pode ser venenosa


como às vezes o cogumelo é.




No obscuro erotismo de vida cheia


nodosas raízes.


Missa negra, feiticeiros.


Na proximidade de fontes,


lagos e cachoeiras


braços e pernas e olhos,


todos mortos se misturam


e clamam por vida.


Sinto a falta dele


como se me faltasse um dente na frente:


excrucitante.


Que medo alegre,o de te esperar.

E, se atravessara o amor e o seu inferno,

penteava-se agora diante do espelho,

por um instante sem nenhum mundo no coração.

Antes de se deitar, como se apagasse uma vela,

soprou a pequena flama do dia.




terça-feira, 17 de julho de 2007


"A noite está estrelada,

e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".

O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Eu amei e por vezes ele também me amou.

Em noites como esta tive-o em meus braços.

Beijei-o tantas vezes sob o céu infinito.

Ele amou-me, por vezes eu também o amava.

Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Pensar que não o tenho.

Sentir que já o perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ele.

E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.

Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-lo.

A noite está estrelada e ele não está comigo.

Isso é tudo.

Ao longe alguém canta.

Ao longe.

A minha alma não se contenta com havê-lo perdido.

Como para chegá-lo a mim o meu olhar procura-o.

O meu coração procura-o, ele não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.

Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.

Já não o amo, é verdade, mas tanto que o amei.

Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro.

Será de outro.

Como antes dos meus beijos.

A voz, o corpo claro.

Os seus olhos infinitos.

Já não o amo, é verdade,

mas talvez o ame ainda.

É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-o em meus braços,

a minha alma não se contenta por havê-lo perdido.

Embora seja a última dor que ele me causa,

e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

"Gosto dos venenos mais lentos,

Das bebidas mais fortes,

Dos cafés mais amargos,

Das paixões mais violentas,

Tenho um apetite voraz,

E os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco

que eu vou dizer:

não me importo?!

EU ADORO VOAAAAAAAR! "

Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém.

Assim,

sem precisar procurar no meio da multidão.

Alguém que me levasse ao cinema e,

depois de um filme sem graça,

me roubasse gargalhadas.

Alguém que segurasse minha mão

e tocasse meu coração

Que não me prendesse,

não me limitasse,não me mudasse.

Alguém que me roubasse

um beijo no meio de uma briga

e me tirasse a razão

sem que isso me ameaçasse.

Alguém que me olhasse nos olhos quando fala,

sem me deixar intimidada.

Alguém com qualidades e defeitos suportáveis.

Que fosse bem apaixonado e romantico.

Alguém que me encontrasse

até quando eu tento desesperadamente

me esconder do mundo.

Eu queria sair por aquela porta

e conhecer alguém feito para mim!

Cadê você que ainda não apareceu!

segunda-feira, 2 de julho de 2007


Só por hoje eu não quero mais chorar

Só por hoje eu espero conseguir

Aceitar o que passou e o que virá

Só por hoje vou me lembrar que sou feliz.

Hoje eu já sei que sou

tudo que preciso ser

Não preciso me desculpar

e nem te convencer

O mundo é radical

Não sei onde estou indo

Só sei que não estou perdido

Aprendi a viver um dia de cada vez.

Só por hoje eu não vou me machucar

Só por hoje eu não quero me esquecer

Que há algumas pouco vinte e quatro horas

Quase joguei minha vida inteira fora.

Não não não não

Viver é uma dádiva fatal,

No fim das contas ninguém sai vivo daqui mas

-Vamos com calma!

Só por hoje eu não quero mais chorar

Só por hoje eu não vou me destruir

Posso até ficar triste se eu quiser

É só por hoje;

ao menos isso eu aprendi.