sexta-feira, 30 de maio de 2008


Tenho medo das coisas que penso
e acabar me perdendo
na neblina dos sentimentos calados...
escrever já não me basta
nem sonhar me submete
estou precisando de algo
que ainda não existe
me encontro ao meio...
Sei sua falta...
como você também sabe...
mas saber só
não resolve em nada
coisas que não são para resolver
e sim para sentir
a falta de sentido...
Não preciso de você
não da maneira sólida
da qual está acostumado...
Preciso eliminar os domingos
e suas tardes intediantes...
Abomino o sorriso amarelo
prefiro ver o tom vermelho
da raiva desbotando aos poucos
em um sorriso...
Prefiro olhos serrados
pois a luz me incomoda...
o não dito ronda minhas relações
e chegará um tempo
em que não pronunciarei
uma única palavra...
Comunicarei em gestos
ou em olhares
meus códigos salientados
tão difíceis à sua miopia...
E você diz que não se importa
que já me esqueceu
muitos dizem...
Mas não se conhece o amor
meu bem,
simplesmente se vive...
E para ele não existe tempo
nem ao menos as condições
destes jogos teus...
Existe amor na dor
impensáveis soluços mudos
e sensações são tocadas
quando viajo
dentro desta imaginação transcendente...
Sou a louca
que assombra seu passado
sou seu sol
nascendo no horizonte do seu presente...
Mas não serei a flor que nascerá
nas primaveras do seu futuro...
Mas não haverá lágrimas
posso lhe confidenciar
Somente amores cruzados...

terça-feira, 27 de maio de 2008


“Sem que eu soubesse, as coisas não ditas haviam crescido como cogumelos venenosos nas paredes do silêncio, enquanto ele ficava acordado na cama, fitando o teto, com o branco dos olhos reluzindo na penumbra. Se eu interrogava, o que você tem amor? Ele respondia que não era nada, estava pensando no trabalho. A gente sabia que era mentira, ele sabia que eu sabia, mas nenhum de nós rompeu aquele acordo sem palavras.Nunca imaginei o mal que o roía.”


o silêncio dos amantes

Lya Luft

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Encontro um meio de me sentir livre

de repente

tudo é beleza líquida

abrem-se o céu

e as estrelas

são minhas alegrias transbordando

me sinto feliz

e isso já não me dá um nó na garganta

quero mesmo é gritar

e sair por ai

já não te espero

nem ao menos quero te ver

afinal,

há mais beleza entre o céu e a terra

do que eu podia imaginar

Mas meus olhos estavam ofuscados

e minhas espectativas

rondavam o impossível

Então hoje é sal grosso

e oxalá tristeza longe de mim

estou sacudindo a poeira...


terça-feira, 20 de maio de 2008

Para minha família da qual aprendi a muito amar, essa linda história em homenagem:

> Entrei apressado e com muita fome no restaurante.
Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias, que há tempos não sei o que são.
Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga,uma salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime é regime, né? Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
-Tio, dá um trocado?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, compro um para você.
Para variar, minha caixa de entrada estava lotada de e-mails. Fico distraído vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música me leva a Londres e a boas lembranças de tempos idos.
- Tio, pede para colocar margarina e queijo também?
Percebo que o menino tinha ficado ali.
- OK, mas depois me deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá?
Chega a minha refeição e junto com ela o meu constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer. Digo que está tudo bem.
- Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição decente para ele.
Então o menino se sentou à minha frente e perguntou:
- Tio, o que está fazendo?
- Estou lendo uns e-mails.
- O que são e-mails?
- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet.
Sabia que ele não iria entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários disse:
- É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Tio, você tem Internet?
- Tenho sim, é essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet, tio?
- É um local no computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual, tio?
Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Legal isso. Gostei!
- Mocinho, você entendeu o que é virtual?
- Sim, tio, eu também vivo neste mundo virtual.
- Você tem computador?
- Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual. Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou água para ele pensar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida muitos brinquedos de Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia. Isto não é virtual, tio?
Fechei meu notebook, não antes que as lágrimas caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino terminasse de literalmente 'devorar' o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na vida, e com um 'Brigado tio, você é legal!'. Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não percebemos!

sexta-feira, 16 de maio de 2008


Posso ser sua aliada fiel

Mas posso também ser sua pior inimiga

Você gostaria de ver

o que existe por traz das máscaras?

tudo é tão incerto

dias no calendário

horas a cumprir...

Vejo em seus olhos

o preço que paga por ter medo

de dizer agora

não mais...

Pegue em minha mão

escute minha alma

clamando por você...

Não venha me dizer

que não se importa

Quando está tão claro

em teus olhos

que estou te tocando

como um piano caprichoso

desafinado

sós em nossas melodias

que somente

no silêncio do coração

ouvimos distraídos...


quinta-feira, 15 de maio de 2008


do que eu preciso me libertar?

quarta-feira, 14 de maio de 2008


Preparo o veneno

frente a frente

encaro-o

e trêmula

me contorço com o desejo

causado por esse fascínio...

Fecho os olhos

ventre dilatado

sou fome

de absorver tomo o momento

Falta um segundo

para que minha boca

cometa um pecado capital...

No ar

cheiro doce

daquele lugar

que só conhecemos em sonhos

E aos ouvidos

repete-se como um disco arranhado

a música que traduz o instante

que estou vivendo

ou melhor,

o que gostaria de estar...

E diante do abismo

e do salto para dentro do meu eu

prendo o ar nos pulmões

e o tempo para

Então,

falta-me exatamente o ar

aceleram as contrações cardíacas

Eu que sou pura taquicardia...

Já não posso mais...

Sou eu,

caneta e papel na mão

à espera de um próximo amanhecer

ou a espera

de um novo veneno...

"Ressentimento é tomar veneno; e esperar que o OUTRO morra".
Shakespeare



segunda-feira, 12 de maio de 2008


Pedrinhas de diamante

minhas lágrimas cristalizam

não sei se para sempre

ou se por um instante


Corro por ai

procurando momentos de felicidade

não sei se encontro aqui

ou se mudo de cidade


Hoje minha alma

tudo é vazio

não sinto horror ao inevitável

permaneço calma


Você que foi embora

não me preparou

nem um adeus

e agora vivo de escoras

sexta-feira, 9 de maio de 2008


Chego sempre atrasada

ao ponto de saber

aonde a paixão é segura

e aonde ela é devastadora

real

ou imaginária...

Estou esperando lá

aonde os sonhos

possam tornam-se realidade...

Não gosto do frio

das emoções pequenas

nem do gosto amargo

de nunca ter tentado...

As noites

são sempre mais escuras

quando estás distante

Padeço febril

de uma carência insólita...

Em meio a tantos

escolhi você

beleza pálida

para povoar meu mundo

de pensamentos soltos...

Não existem tempo

nem mesmo lugar

para encontrar paz

Quando o que mais quero

é me incendiar de desejo

E fundir minha alma a tua...





quinta-feira, 8 de maio de 2008


Tudo encarado na vida

sem o óculos da ilusão

tornam paisagens - lugares comuns

E paixões - mero acaso...

Preciso de você

até um instante limítrofe

Elegi você

meu objeto de fé

as crenças são necessárias à vida...

O vinho

já cansado da espera

torna-se vinagre

Mas a flor em botão

passada à espera

abre-se atrativa...

Mas isso não é capricho

é vida acontecendo

nua e crua...

E dia após dia

perde suas pétalas e cor

Murcham rosas

margaridas

e até mesmo

as sempre-vivas...



"Um corpo sem inteligência não ama. Um corpo sem saúde não desfruta do amor. Um gênio sem amor não tem saúde espiritual. Diante disso tudo,devemos a cada instante procurar a companhia das três virtudes,mesmo que alcancemos uma a uma.( Autor : Paulo Baleki) "


quarta-feira, 7 de maio de 2008

O EXÉRCITO DE SENTIMENTOS


Em uma guerra

não existem vencedores

ou mesmo um motivo aparente

Não posso lamentar

você ter começado tudo isso

ou se foi eu quem comecei

já não indago

Entro para batalha

pés descalsos

coração na mão

Ouço ecos

de sins e nãos

como ondas

Para a pergunta

que nunca será desferida

ou necessária

Estamos sendo imperfeitamente

nós mesmos

Reis da terra

das ilusões perdidas

perdidos estamos

caminhando apoiados

nas muletas da coragem

terça-feira, 6 de maio de 2008


Pensamentos alados

hoje senti muitas saudades

de mim

e de você

Onde estarão meus verdadeiros amigos

peço-lhe que me levem de volta

para aquele tempo

de sorrisos abaixo do sol

Quanto estou longe do eu te amo

ou do vai melhorar

Sinto dores de cabeça

pois não consigo aceitar

todo o cotidiano irreal

Mas já não choro

nem grito

Guardo tudo

dentro de mecanismos

e válvulas de escape

Mas não me de bom dia

pois minha intolerância

parece me sufocar

Estou precisando arrumar

as gavetas

dos meus sentimentos

Precisando sair correndo

sem olhar

para trás

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sei que me encontro a muito tempo só

a solidão caminha lado a lado

e quase posso chamá-la companheira...

Então me veio você

e preencheu uma lacuna

e tornou-se parte dos pensamentos

E me mostrou que ainda posso

demonstrar afeto...

Eu assim

meio sem jeito

impaciente e descuidada

Mal sabendo que você iria me abandonar...

Mas apesar de estar em pedaços

e tão triste

que mal posso respirar

pois sou pouco preparada para vida

resolvi guardar na lembrança

tudo que ficou de importante

em nossas vidas

ou melhor

da sua tão curta vida

Um anjinho meu

que foi me dado de presente

Sem mesmo perguntarem

se mereço...

Então não te ofereço minhas lágrimas

acolho as lembranças em meus braços

e digo até mais

Em mais uma homenagem

hoje encontrei alguém muito parecida contigo

que também precisa do meu amor

seu nome também será bliss

preciso muito de alguém ao meu lado

apesar de demonstrar o contrário...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

ESTE BLOG ENCONTRA-SE DE LUTO...

IN MEMORIAN À BLISS

Carta de São Paulo aos Coríntios

Se eu falasse as línguas dos homens e até as dos anjos, mas não tivesse amor
seria bronze que soa ou címbalo que tine.
Se tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e todos os saberes,
se a minha fé fosse a ponto de mover montanhas,
mas não tivesse amor, eu nada seria.
Se repartisse pelos pobres tudo quanto tenho e meu corpo entregasse às labaredas
mas não tivesse amor, nada ganharia.
O amor paciente, repleto de bondade,
o amor que desconhece inveja e não ostenta orgulho,
o amor sem vaidade, que descura o próprio interesse,
e não se irrita e não suspeita mal,
o amor que não colhe alegria da injustiça, mas se alegra com a verdade,
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acabará:
há um tempo em que vacilam as profecias, as línguas emudecem e o saber desaparece
porque só em parte conhecemos e só em parte profetizamos,
mas quando chega a perfeição os limites apagam-se.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança,
pensava como criança:
quando me tornei homem abandonei as coisas de criança.
Agora vemos por um espelho, e de maneira obscura,
o que depois veremos face a face.
Agora conheço apenas uma parte,
mas então conhecerei conforme também sou conhecido.
Agora permanecem fé, esperança, amor, todos juntos.
Mas o maior de todos é o amor.