segunda-feira, 8 de setembro de 2008

FALTA-ME CORES

O frio chegou aqui...



Dentro de mim


meu coração congelado


diz-me para esperar...


Mas não existem pontes


para transpor


minha solidão voluntária...


necessária...


A chuva anuncia


mas não vêm


e dentro de mim


o deserto avança, resseca...


minha boca


quer romper o silêncio


desta rua...


E as pessoas partem


em suas procissões...


Quem irá me salvar


dos abismos da loucura,


se é dela que me alimento?


Não preciso de lentes


para saber que você


não estende minha essência...


Nem preciso de músicas


a profetizarem a espera,


o cansaço e o fim...


Estou fazendo minhas reservas


pois sou eu quem ficarei só


mais uma vez...


Machucada


lambendo as feridas...


Faltam partes dos meus


brinquedos do passado...


Estou a espera


do mundo imaginário


que nunca vem...

2 comentários:

Silvia /('.')\ disse...

lindíssima poesia....

David Monsores disse...

Muito bonita mesmo a poesia!!
A espera de algo que nunca vem...
ou que ainda não veio...rsrs

Vou deixar uma aqui pra refletir!rsrsr

Se cada dia cai
dentro de cada noite
Há um poiço
Onde há de sentar na beira do poço da sombra
E pescar luz caída com paciência

(neruda)