se te conheço
tão pouco?
Passam pessoas e carros
pela minha rua
que é tão minha...
Eu
esperando você
bater em minha porta...
Sem encarar
o gosto da ilusão posta à mesa
esfriando
assim como a silenciosa madrugada...
E você, sem saber
transformando minha vida...
O "você" que eu criei
que aprendo a gostar
e a odiar...
Sei, mas não consigo
fazer com que meus olhos
não te persigam
ou te cutuem...
É tão vazia
a pergunta que não quero fazer...
Pois não sei
se tua vida
caberia na minha vida...
Provável que não
todos diriam...
Talvez você diga
- ponha um óculos
e enxergue a vida...
E talvez você nunca entenda
pode parecer louco
mas eu quero mergulhar fundo
no amor
e na dor...
E da falta de senso
extrair algo
e sorver a alegria...
Tão acostumada
a visitar meus lábios
mas que a muito
abandonou meu coração...
*
*
*
*
*
olha
- sou eu...
alma nua,
correndo de braços abertos...
voltando para os precipícios de mim...