segunda-feira, 30 de junho de 2008

Porque eu gosto de você
se te conheço
tão pouco?
Passam pessoas e carros
pela minha rua
que é tão minha...
Eu
esperando você
bater em minha porta...
Sem encarar
o gosto da ilusão posta à mesa
esfriando
assim como a silenciosa madrugada...
E você, sem saber
transformando minha vida...
O "você" que eu criei
que aprendo a gostar
e a odiar...
Sei, mas não consigo
fazer com que meus olhos
não te persigam
ou te cutuem...
É tão vazia
a pergunta que não quero fazer...
Pois não sei
se tua vida
caberia na minha vida...
Provável que não
todos diriam...
Talvez você diga
- ponha um óculos
e enxergue a vida...
E talvez você nunca entenda
pode parecer louco
mas eu quero mergulhar fundo
no amor
e na dor...
E da falta de senso
extrair algo
e sorver a alegria...
Tão acostumada
a visitar meus lábios
mas que a muito
abandonou meu coração...
*
*
*
*
*
olha
- sou eu...
alma nua,
correndo de braços abertos...
voltando para os precipícios de mim...





quinta-feira, 26 de junho de 2008


Sentimento simples
em um papel...
Corro riscos inventados...
Coração na boca
palpitante
Meus sonhos de criança...
às vezes corro
outras flutuo...
Quero viver
a alegria que brota
expontaneamente de mim...
Mas não me leve a mal
pois se te clamo
és suave o desejo...
Meus olhos
querem somente
o te ver hoje...

Mas o sub-entendido
foi mais além...
Subiu aos céus
balão de ar colorido

e disse
delator
um
Eu gosto de você...


...Às vezes amarrei na ponta das palavras a minha fantasia, sonhos que subiram como um balão até que os ventos os derrubassem...


Escrito por célia musilli



quarta-feira, 25 de junho de 2008



Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que sinto.
Que a morte de tudo que acredito
não me tape os ouvidos e a boca,
porque metade de mim é o grito,
mas a outra metade é o silêncio.

Que a música que ouço ao longe
seja linda e que a pessoa que EU AMO
esteja sempre amada,
mesmo que distante,
porque metade de mim é partir
e a outra metade é SAUDADE.

Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas, como a única coisa
que resta numa pessoa inundada de sentimentos,
porque metade de mim é o que ouço
e a outra é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço,
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada,
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade é o vulcão.

Que o medo da SOLIDÃO se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável,
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro de ter dado a minha face,
porque metade de mim é lembrança do que fui
e a outra metade...eu não sei.

Que seja preciso mais que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito,
e que o teu silêncio me fale cada vez mais,
porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte aponte uma resposta
mesmo que eu não saiba
e que ninguém atende complicar,
porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer,
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

Que minha LOUCURA seja PERDOADA,
porque metade de mim é AMOR
e a outra... Também....

(Oswaldo Montenegro - Poesia extraída da musica "Metade")

quarta-feira, 18 de junho de 2008


Penso eu



sermos pássaros errantes



Nascidos do indecifrável ovo



chamado vida



Abrindo imponentes asas



e lançando vôo



em busca de sonhos perdidos...



Sentimos falta de algo



que ainda não conhecemos...



Sentimos um eterna fome



que só seria saciada



se devorássemos a nós mesmos...



Então



cegos de desespero



e loucos em descontentamento



Eis que surge uma gaiola dourada



Com o banquete fácil



a espera...



Baixamos nossas asas



Entoamos


nosso último canto



e o chamamos - gratidão...



Mergulhamos no eterno



calmo e cômodo outono...



Até o ponto



de não pensarmos mais....



de não sentirmos...



Não vivemos - perecemos...



Houve um tempo



em que tudo era possível...



Mas voltamos



apenas para um lado desta gaiola



vemos somente grades de desilusão...



Aprisionados no silêncio,



dor e dúvidas



Escutamos uma voz susurrando



"algo não está bem"...



Debatemos nas paredes do cotidiano



Perdemos as penas da esperança...



Dizemos:



não tem jeito mesmo...



Passamos o resto de nossas vidas



dado as costas



a única verdade que existe



- a porta



sempre esteve aberta...






"Não existe prisão



intransponível para alma"

quinta-feira, 12 de junho de 2008


Minha realidade

é inventada

Sou senhora do castelo

chamado ilusão...

Se saio de mim

e ando por ai

para te encontrar

é só para me encontrar

meu bem...

É somente histórias

o que deixo por ai...

Mas meus diamantes

lapidados com meu sangue

ofereço para ti

De uma forma sutil

subjetivamente sendo

e tropeçando na vida...

Lá vem a tempestade

parto eu,

parte você...

Seguindo meu rumo

- como você diz...

Em minha mala

levo um pouco de sua força,

de suas fraquezas

e principalmente

o seu sorriso

que é o único elemento real

pois o resto é imaginário...

Porém,

gosto de pensar

que hoje

quando seu olhar cruzou o meu

ele disse

um doce adeus...

segunda-feira, 9 de junho de 2008


Estilhaço vidraças

depois de voltar

das profundezas de mim...

Nos meus pés descalços

mistura de poeira,

sangue e dúvidas...

quarta-feira, 4 de junho de 2008




...Porque entre o sim e o não


é só um sopro,


entre o bom e o mal


apenas um pensamento,


entre a vida e a morte


só um leve sacudir de panos


- e a poeira do tempo,


com todo o tempo que eu perdi,


tudo recobre,


tudo apaga,


tudo torna tão simples


e tão indiferente...




Lya Luft

segunda-feira, 2 de junho de 2008


Não pretendo patentear minhas dores

essa é uma observação que pratico só...

naqueles momentos em que todos dormem

eu abro a janela

e me perco nas estrelas...

Sedenta ando pela casa

com um copo cheio de lágrimas

pronto a transbordar...

Faço acupuntura em meu coração

estou me especializado

na arte de não amar...

Nesta madrugada

subo até a montanha mais alta

sentir o rarefeito que é estar viva...

O escuro da noite

é a escuridão me chamando

Vou ao seu encontro

porque aprendi a ama-lá...