Penso eu
sermos pássaros errantes
Nascidos do indecifrável ovo
chamado vida
Abrindo imponentes asas
e lançando vôo
em busca de sonhos perdidos...
Sentimos falta de algo
que ainda não conhecemos...
Sentimos um eterna fome
que só seria saciada
se devorássemos a nós mesmos...
Então
cegos de desespero
e loucos em descontentamento
Eis que surge uma gaiola dourada
Com o banquete fácil
a espera...
Baixamos nossas asas
Entoamos
nosso último canto
e o chamamos - gratidão...
Mergulhamos no eterno
calmo e cômodo outono...
Até o ponto
de não pensarmos mais....
de não sentirmos...
Não vivemos - perecemos...
Houve um tempo
em que tudo era possível...
Mas voltamos
apenas para um lado desta gaiola
vemos somente grades de desilusão...
Aprisionados no silêncio,
dor e dúvidas
Escutamos uma voz susurrando
"algo não está bem"...
Debatemos nas paredes do cotidiano
Perdemos as penas da esperança...
Dizemos:
não tem jeito mesmo...
Passamos o resto de nossas vidas
dado as costas
a única verdade que existe
- a porta
sempre esteve aberta...
"Não existe prisão
intransponível para alma"
3 comentários:
Concordo contigo... incríveis metáforas. Estou pensando nelas até agora... sorte (ou azar) de alguns que nem notam que estão aprisionados... só damos valor as coisas quando perdemos...-.-
Grande beijo
ray
E aew Fernanda!
É aquilo mesmo! Uma poesia meio fábula, muito legal!
Liberdade!!!
Oi, como vc está? imagino que está uma correria, espero que esteja feliz. amei seu poema, e como o David disse, parece mesmo um pouco fábula. as vezes as portas parecem ser fechadas, mas na verdade somos nós que não sabemos abrí-las não é mesmo?
Fê, comprei o ingresso do MUSE, lá em BH. nem imagino que vou realizar este sonho...agora conto os dias, um a um, rsrsrs :)
bjs
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