quarta-feira, 18 de junho de 2008


Penso eu



sermos pássaros errantes



Nascidos do indecifrável ovo



chamado vida



Abrindo imponentes asas



e lançando vôo



em busca de sonhos perdidos...



Sentimos falta de algo



que ainda não conhecemos...



Sentimos um eterna fome



que só seria saciada



se devorássemos a nós mesmos...



Então



cegos de desespero



e loucos em descontentamento



Eis que surge uma gaiola dourada



Com o banquete fácil



a espera...



Baixamos nossas asas



Entoamos


nosso último canto



e o chamamos - gratidão...



Mergulhamos no eterno



calmo e cômodo outono...



Até o ponto



de não pensarmos mais....



de não sentirmos...



Não vivemos - perecemos...



Houve um tempo



em que tudo era possível...



Mas voltamos



apenas para um lado desta gaiola



vemos somente grades de desilusão...



Aprisionados no silêncio,



dor e dúvidas



Escutamos uma voz susurrando



"algo não está bem"...



Debatemos nas paredes do cotidiano



Perdemos as penas da esperança...



Dizemos:



não tem jeito mesmo...



Passamos o resto de nossas vidas



dado as costas



a única verdade que existe



- a porta



sempre esteve aberta...






"Não existe prisão



intransponível para alma"

3 comentários:

˙·٠•● ѕεறிoτιvo ◦ disse...

Concordo contigo... incríveis metáforas. Estou pensando nelas até agora... sorte (ou azar) de alguns que nem notam que estão aprisionados... só damos valor as coisas quando perdemos...-.-
Grande beijo

ray

David Monsores disse...

E aew Fernanda!
É aquilo mesmo! Uma poesia meio fábula, muito legal!
Liberdade!!!

Silvia /('.')\ disse...

Oi, como vc está? imagino que está uma correria, espero que esteja feliz. amei seu poema, e como o David disse, parece mesmo um pouco fábula. as vezes as portas parecem ser fechadas, mas na verdade somos nós que não sabemos abrí-las não é mesmo?
Fê, comprei o ingresso do MUSE, lá em BH. nem imagino que vou realizar este sonho...agora conto os dias, um a um, rsrsrs :)
bjs