sexta-feira, 18 de maio de 2007

Conspiro contra minha felicidade
só para ver do escuro dos meus olhos
rolar uma singela lágrima
Brilhante testemunha de minha esperança em cárcere
ou apenas dor
que teima em ser fugitiva do meu peito.
O yin yang em mim
é somente triste dúvida
de te amar cegamente
ou te abandonar nas estradas da vida.
Quando penso em você
o tempo para
Não há uma folha de árvore balançando
nenhum movimento nas nuvens...
Habita em mim um demônio
que sedento sussurra em meus ouvidos
planos para te esquartejar
pois assim teria todos os dias
um pedacinho do seu amor frio
para servir no almoço
juntamente com seu sangue tórrido.
Mas habita juntamente em meu peito
um anjo tímido
e com sua voz baixinha
que clama em meus ouvidos
para seguir os monges solitários
em uma viagem sem fim
para dentro do meu eu.
Onde em fim
você será apenas passado
E nossa história
somente areias do deserto.

2 comentários:

Silvia /('.')\ disse...

Conspiro contra minha felicidade
só para ver do escuro dos meus olhos
rolar uma singela lágrima
Brilhante testemunha de minha esperança em cárcere.
puxa, que lindo isso.
é tão Clarice Lispector misturado com Florbela Espanca. é triste este poema, mas uma tristeza solitária de amor grande, destes que mora no peito e que deixa marcas. escreve mais e mais que eu adoro ler o que você escreve (não tem idéia de como eu gosto!!) adoro coisas assim.
e estou lendo num dia triste, nublado,cinza com neblina, e ele se parece com isso.

***SONHOS*** disse...

É mesmo estranho expremir poemas tristes,
quase sempre para os outros da a falsa impreensão que somos constantemente tristes, ou que estar triste é ruim...
escrevo poemas tristes porque fluem melhor de mim...
quando pego em um lápis ou caneta frases tristes escorrem do dentro do meu peito,
e talvez isso seja a esperança de deixar um pequeno espaço para coisas boas preencherem.
-digo "pequeno" porque a felicidade
para mim é composta de pequenos cristais - pequenos sim - mais muito raros!!!