quarta-feira, 14 de maio de 2008


Preparo o veneno

frente a frente

encaro-o

e trêmula

me contorço com o desejo

causado por esse fascínio...

Fecho os olhos

ventre dilatado

sou fome

de absorver tomo o momento

Falta um segundo

para que minha boca

cometa um pecado capital...

No ar

cheiro doce

daquele lugar

que só conhecemos em sonhos

E aos ouvidos

repete-se como um disco arranhado

a música que traduz o instante

que estou vivendo

ou melhor,

o que gostaria de estar...

E diante do abismo

e do salto para dentro do meu eu

prendo o ar nos pulmões

e o tempo para

Então,

falta-me exatamente o ar

aceleram as contrações cardíacas

Eu que sou pura taquicardia...

Já não posso mais...

Sou eu,

caneta e papel na mão

à espera de um próximo amanhecer

ou a espera

de um novo veneno...

"Ressentimento é tomar veneno; e esperar que o OUTRO morra".
Shakespeare



3 comentários:

Silvia /('.')\ disse...

eu que sou pura taquicardia....:)
lindo, lindo, lindo, lindo, lindo,lindo este poema.

Unknown disse...

A tua pele tem o fogo do juízo final! rs
Muito intenso! Muito lindo!
Beijão!

˙·٠•● ѕεறிoτιvo ◦ disse...

Enfoooooooooooooo
Instenso o post hein... adorei menina!!! adorei!

Ray