Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.
Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.
Nada, ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir mas o existido
continua a doer eternamente.
Carlos Drummond de Andrade
5 comentários:
Sabias palavras... muito sabias...
Uma Grande Chama para ti... beijos
"Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor."
Drummond também.
Nossa, ele tem uns poemas lindos demais.
Beijos
Oi...
Blz!?
Espero que Sim!
Belo poema... o amor é um eterno paradoxo...
querida______Fernanda
quanta verdade existe neste poema de Drummond
além de_______belo
beijO c/ carinhO
O Sol abandonou o céu
A Lua ironiza no celeste
Soltas perversas vontades
Cruzam a tua vida agreste
Convido-te a partilhar a minha visão da forma em
como a vida às vezes é perversa para algumas mulheres…
Doce beijo
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